JC
O governador Paulo Câmara (PSB) ainda não declarou oficialmente se será
candidato à reeleição, em 2018, mas terá que batalhar para reverter o
índice de rejeição a sua gestão caso queira permanecer com a chave do
Palácio do Campo das Princesas. Um levantamento do Instituto de Pesquisa
Uninassau, feito em parceria com o Jornal do Commercio e o portal Leia
Já, aponta que 74% dos pernambucanos desaprovam a atual administração e
que apenas 16% estão satisfeitos com o governo. Dez por cento dos
entrevistados não responderam ou não souberam responder.
Quando a avaliação sobre o governo é esmiuçada, os números seguem
desfavoráveis a Paulo Câmara. Para 37% dos entrevistados, a
administração socialista é péssima. Já 27% consideram o governo ruim,
23% veem como regular, 7% enxergam como boa e apenas 1% indica a gestão
como ótima. O número de eleitores que não responderam ou não souberam
responder é de 5%.
De acordo com o cientista político Adriano Oliveira, professor da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e um dos coordenadores da
pesquisa Uninassau, a avaliação do governo Paulo Câmara está atrelada à
percepção que o pernambucano tem dos serviços oferecidos pelo Estado.
“A pesquisa mostra que Segurança Pública, desemprego e Saúde são os
principais problemas de Pernambuco. O responsável para resolver os
referidos problemas, segundo parte majoritária dos eleitores, é o atual
governador. As demandas dos eleitores e a responsabilização que eles dão
ao governador explicam a alta reprovação da atual gestão”, diz Adriano
Oliveira.
É provável que ocorra uma alteração, ainda que mínima, nos índices de
aprovação e desaprovação do governo até a eleição de outubro do próximo
ano e o governador já colocou em prática uma estratégia para garantir
que a mudança seja positiva para sua gestão. No mês passado, ele deu
início ao projeto Pernambuco em Ação, a partir do qual percorrerá o
Estado para prestar contas das ações executadas e ficar mais próximo do
eleitor.
O primeiro giro do Pernambuco em Ação, que ocorreu de 23 a 25 de março,
englobou municípios do Sertão. Em Afogados da Ingazeira, Arcoverde e
Petrolândia, Paulo Câmara e seus aliados - prefeitos, deputados
estaduais e federais e secretários de governo - fizeram um balanço em
tom positivo das realizações do governo. O intuito foi mostrar que a
gestão socialista foi atuante nesses dois anos e que se não fez mais foi
por conta da crise.
O roteiro de Paulo Câmara também incluiu as cidades sertanejas de
Buíque, Floresta e Serra Talhada e contou com inaugurações e assinatura
de ordens de serviço. A contabilidade dos socialistas é de que o
governador liberou R$ 123 milhões em obras nos três dias que passou no
Sertão.
Na última semana de março, fora do Pernambuco em Ação, mas dentro da
agenda administrativa, o governador esteve em Caruaru, no Agreste, e em
Palmares e Tamandaré, na Mata Sul, para mais uma rodada de inaugurações
de obras. Paulo Câmara já anunciou que o ritmo de viagens vai aumentar,
mas refuta que a iniciativa tenha caráter eleitoral.
“Vamos continuar a viajar pelo Estado dentro das possibilidades de
agenda. Temos que fiscalizar o que está em andamento, conversar mais com
as pessoas e mostrar o que estamos fazendo”, declarou o governador.
METODOLOGIAO levantamento da Uninassau foi realizado nos dias 23 e 24 de março. Houve 2.014 entrevistas com moradores de todas as regiões do Estado maiores de 16 anos. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais
Nenhum comentário:
Postar um comentário